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continuarA Mariazinha é a primeira cacique mulher do Brasil. A geração dela traz o pioneirismo do feminino na nação yawanawa e abre passagem para a revolução do gênero nas sete aldeias do Rio Gregório, município de Tarauacá, primeira terra indígena demarcada do Acre. Nossa ida pra lá, no ano passado, fez com que nos tornássemos próximas – admiradoras incansáveis desse povo - e criássemos uma parceria que ganhou forma em Rauti. No início dessa semana, nos encontramos no Rio de Janeiro, e não demorou muito para eu perceber que a tradição e o desejo do legado era o que ia costurando essa conversa que durou uma tarde inteira, mas poderia ter durado mais. Aqui, recortes desse momento incansável. Da mãe, que também era costureira, a Mariazinha herdou o gosto pela indumentária. Embora o pai, vindo de uma família de lideranças indígenas e progenitor de 17 filhos – sendo 14 mulheres – também fosse cacique, a cacicagem não é hereditária, por isso, quando se tornou a primeira cacique mulher do país, quando tinha apenas 25 anos, isso representou um marco de empoderamento feminino para o seu povo: “Não tinha mulheres em liderança. Só homens. Só os homens tomavam o uni (ayahuasca), por exemplo. Isso dividiu um povo inteiro. E agora, temos a primeira mulher a entrar na faculdade, a primeira mulher a tomar o uni, a primeira mulher a fazer a dieta forte e a se tornar pajé”, conta. Para ela, Shaneihu, (Deus), nos deu florestas potentes que abrigam absolutamente tudo o que precisamos para existir com plenitude – da vida à morte dos ciclos. E tudo o que encontramos durante o caminho é providencialmente divino: “Acreditamos que tudo o que vem pra nós vem com a força do Shaneihu. Vem com a sabedoria dele, com a proteção dele, com o cuidado dele e vem com a direção dele. Se algo der errado, sabemos que não foi permitido por ele. As nossas histórias, o nosso curar, o nosso conhecer está no divino. Como aprendemos a fazer cada cocar? Pela sabedoria do divino. Não aprendemos em nenhuma escola. Veio do coração. Do meu pai. Do pai do meu pai. Quando levamos nossos desenhos pra vocês, levamos a força e a sabedoria desse conhecimento. Não é um artista plástico. É a força daquela dieta de um ano sem tomar água, doce, carne, sexo!”. Ao falar do sagrado, Mariazinha emenda uma fala na língua nativa, e rapidamente corrige a conversa, traduzindo-a para o português; impossível não imaginar a força da tradição e da ancestralidade ocupando tacitamente nosso espaço. A dieta, na ocasião, é o caminho xamânico da purificação, uma iniciação espiritual extremamente rigorosa que até dez anos atrás só havia sido realizada por pouquíssimos homens. Consiste em ficar um ano dentro da floresta, sem contato com familiares, e com hábitos e alimentação restritos – sem água, sem doce, sem carne, sem relação sexual. Rucharlo, uma das irmãs mais novas da Mariazinha ousou romper status quo quando realizou a dieta forte e se tornou a primeira pajé mulher yawanawa; foi aí, nesse período, que ela teve a visão de seus já consagrados desenhos. Parte deles dará vida a peças da próxima edição da parceira, que serão lançadas no verão 18. Estar frente a frente com a Mariazinha e não pensar nessa força de mulher com sabedoria ancestral é praticamente impossível. Ela é a responsável por inaugurar uma nova forma de se relacionar entre seu próprio povo, que elucida o feminino para além do simbólico dentro de uma sociedade patriarcal. A Kenewma, sua filha única, hoje com 29 anos e a mais jovem mulher a ter completado a iniciação, também estava presente na conversa e disse que foi depois da liderança da mãe que tantas outras mulheres se sentiram capazes de deslocar as hierarquias. Descobri que é comum que as mulheres yawanawa tenham muitos filhos e a nossa cacique, mãe de uma, transbordou o instituto maternal “que ficou carente ” com a idealização de um projeto dos sonhos: a escola tradicional Yawanawa. A chegada do nawa (homem branco) é recente. Esse contato, que não tem 200 anos trouxe também os missionários, os seringueiros... e o aniquilamento de parte da tradição indígena, como a língua. A espiritualidade é a responsável por segurar a ponte entre esses dois universos, por resgatar e manter a essência e a cultura nativa, e é a responsável por despertar níveis de entendimento até então ocultos: “Não irei a lugar nenhum desse mundo enquanto jovens da aldeia não estiverem aprendendo a falar nossa língua nativa. Tive a visão da minha missão durante a dieta. Foi aí que surgiu a ideia da escola tradicional, que meu pai já sonhava. Juntei 16 crianças de 7 a 13 anos, numa casinha pequena, durante um mês, e só falávamos a língua tradicional. Eles têm que aprender como o passarinho canta, o que ele quer dizer... A Aldeia precisa de cuidado e isso precisa começar pelas crianças. Foi quase um internato indígena”, contou rindo. A verdade é que todo mundo se sente um pouco criança do lado dela. Aprendendo mundos e com vontade de colo. Ao ouvi-la falar, minha curiosidade inicial pela grandeza do sagrado foi abrindo espaço para um desejo genuíno de só vê-la, ainda que em silêncio, meditando entre uma resposta ou outra; o que, aliás, não acontece muito: Mariazinha é ponta de lança - dentro de uma calma aparente, ela pesca histórias pontuais e usa no momento certo. Nessas horas, tudo acontece. Uma dessas manifestações foi quando ela se lembrava da forte relação afetiva que tinha com o pai, falecido no ano passado, e uma folhinha seca lhe caiu sobre as mãos. A folha, vinda de uma das árvores que nos fazia sombra, rodopiou sobre a cabeça dela até alcança-la – como se forças da natureza ganhassem a legitimidade divina para se encontrarem de repente. Acariciando a folhinha nas mãos, ela me olhou e rimos em silêncio. Entendi mais de Deus ali. "A vida da população indígena não está por igualdade. O índio tem que lutar. Gosto que as pessoas que ajudam o índio lembrem-se da data de hoje porque, na verdade, para na nós, dia do índio é quando a gente consegue alcançar o nosso objetivo. É o dia de todas as populações indígenas. Não é fácil hoje lembrar o dia do índio. Na aldeia, a gente faz uma grande cerimônia pedindo a força do nosso poder espiritual, do poder espiritual dos que já se foram. A luta do yawanawa continua. A gente nunca perde, desde quando sentimos que temos direito à igualdade. Quando estou envelhecendo, mas tenho minha filha que dá continuidade, e ela já tem o filho dela... Isso é a luta!" Mariazinha, assim como ela mesma descreve o amor, “é uma vida acontecendo dentro de nós mesmas”. Só agradeci.
>19.04.18
Quando a natureza e a sensibilidade humana se encontram muitas coisas boas acontecem e uma delas é a história da Kiri Miyazaki e o índigo japonês através do tingimento natural. Sabe aquela sensação gostosa de expressar sua autenticidade em algo? A Kiri encontrou nessa plantinha especial uma possibilidade de trazer pro mundo mais arte, resgate afetivo e cor. Um processo todo lindo que ela mostra pelo aqui no instagram e que já já vai virar documentário! Ainda criança, ela teve suas primeiras experiências com o tingimento testando e brincando com as cores em roupas da família. O tempo passou e Kiri começou a cursar moda na Belas Artes, em Sampa, e lá participou da aula de superfície têxtil com a professora japonesa Mitiki Kodaira onde descobriu a sua paixão pelas mil e uma possibilidades do tingimento natural. “Aprendi o processo do tingimento e detalhes da técnica como o que fazer para a cor não sair e como as cores se comportam em diferentes tipos de fibras”, explica Kiri. A partir de então, ela começou a pesquisar mais e mais sobre o tingimento natural. Fez então, algumas das oficinas de tingimento natural da Flávia Aranha, estilista da marca homônima que tem um trabalho lindão com o desenvolvimento sustentável através da moda. E foi na oficina de tingimento com índigo que teve o seu primeiro contato com essa parte da natureza que viria a se tornar uma parte dela própria. E aí, a magia aconteceu. Estudando o índigo, Kiri descobriu que tinha uma conexão entre as suas histórias. Descobriu uma fazenda na região de Tokushima, no Japão, que plantava e fazia todo o processo de tingimento com o extrato da planta. O Japão já era um velho conhecido pra ela que era nissei – filha de pai japonês. Aos 17 anos, foi com sua família morar nas terras japonesas, no ano em que deveria entrar na faculdade aqui no Brasil, o que causou na época uma certa tristeza, pois queria estudar mas acabou passando longos 3 anos trabalhando em uma fábrica de eletrônicos. Mas, como a vida sempre nos dá a oportunidade de revisitar sentimentos e transformá-los, mesmo cheia dúvidas, Kiri mergulhou na ideia de voltar ao país e ter uma nova experiência. “Voltei de lá mais do que com um projeto. Voltei com um projeto de vida e muito feliz de ter feito as pazes com o Japão”, relembra ela. Após o curso de 30 dias na fazenda japonesa, Kiri aprendeu todo o processo do uso do extrato do índigo – desde a germinação da semente até a extração das folhas, e voltou ao Brasil acompanhada pelas sementes pra dar o start no projeto: depois de seis meses e muitos e muitos experimentos, conseguiu finalmente germinar. “Tudo influencia na plantação do índigo. Clima e solo principalmente, por isso tive muita ajuda de pessoas da agronomia, já que eu não dominava esses detalhes. Hoje faço todo o processo em casa e estou a procura de um espaço maior.” diz ela. Agora, a estudante lança um curta documentário “Tingimento Natural com Índigo: da germinação à extração do pigmento azul” que tem direção executiva da Amanda Cuesta e direção de fotografia da Clara Zamith, que também assina as fotos que ilustram nossa matéria junto com as da Karol Miyazaki, irmã de Kiri. Já o financiamento do doc, é feito pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo - PROAC. “Vou disponibilizar o documentário como livre informação pra todo mundo e fazer uma exposição com algumas das peças tingidas”, conta Kiri. As peças tingidas são parte de um trabalho de contemplação e relação afetiva que despertam memórias e sensações. Cada peça é para ela uma obra de arte e por isso não serão destinadas a venda. Mas ó, a boa notícia é que Kiri pretende comercializar o pigmento para artesãos, estilistas, artistas que tenham interesse. A gente por aqui tá só amor pela arte da Kiri e toda essa história linda de resgate dos processos artesanais com muito amor a natureza e ao mundo que vivemos e somos. Agora é só acompanhar ela pelas redes pra ficar de olho no lançamento do doc e do que mais incrível vier por aí! Vem assistir ao teaser aqui.
>16.04.18
A gente sabe que ter um filho muda completamente a nossa vida, o nosso tempo e o nosso espaço. A Cajucasa nasceu do encontro de Paula Djajah (designer e fotógrafa) e Beatriz Mesquita (publicitária), duas mulheres recém-mães que ao perceberem a transformação de suas próprias casas com a chegada dos filhos, resolveram dar um basta nesse lance de investir em móveis que não servem mais quando os pequenos crescem. Pra elas, essa coisa de “para criança” e “para adulto” não existe por aqui. Com o propósito de integrar o universo infantil e adulto, os móveis da Caju - além de serem lindos! - criam momentos de convívio para a família toda, aumentando ainda mais o vínculo e o prazer de estar juntos! Tudo o que você encontra por lá vai servir tanto para as crias, como também para a sua casa. Todos os móveis produzidos podem ser utilizados de mais de uma forma, juntando sustentabilidade, funcionalidade e praticidade. As criadoras da Caju reforçam o quanto que a nossa casa também podem ajudar no desenvolvimento das crianças, e como isso têm um poder transformador na nossa rotina, tornando-a mais fluida, bonita e descomplicada. Por isso tiram sonhos do papel, transformando móveis para que elas conquistem autonomia com liberdade e segurança. Sim, as crianças ficam! Em todo e qualquer espaço que seja apropriado para elas. Na nossa casa, que agora é também a casa delas, não pode ser diferente, não é mesmo?
>03.04.18
Um tributo à natureza delicada do que há dentro de nós. A série "Eye Heart Spleen" é obra da artista Camila Carlow que esculpe órgãos humanos a partir de variedades vibrantes de plantas selvagens, flora, videiras e bagas da cidade de Bristol na Inglaterra. É um projeto que contempla a natureza que vive dentro de nós, seres humanos, fazendo uma analogia à fragilidade e importância das plantas. A coleção é um convite a olharmos nosso corpo com mais sensibilidade, cuidado e atenção e ter o mesmo olhar para a natureza, o ambiente que nos cerca, nos envolve e também nos mantém vivos. A-ma-mos!
>28.03.18
O corpo é uma extensão de nós mesmos e através dele sentimos, falamos, dançamos, agimos e somos. É essencial nunca esquecer que o nosso corpo é nosso. Vai além do sensual, sexual, além do que o outro vê. Através do corpo colocamos pra fora o que vem de dentro, o que a alma pede e precisa. Nos relacionamos com outros corpos, com o ambiente, com a vida e com o tempo. A partir dessa reflexão sobre a imagem do corpo nu e só, principalmente o feminino, tão objetificado, a fotógrafa Pamela Facco criou a série de fotografias “Poesia com Elos” que pra ela é “O corpo como verso em um diálogo orgânico com a alma”. O projeto começou como Poesia com Elas, uma forma de artística de explor a nudez feminina como uma ferramenta de autoconhecimento, empoderamento da mulher e quebra do círculo vicioso no qual o corpo feminino sempre acaba como uma mercadoria sexual para o universo masculino. “Os ensaios aconteciam em grupo e a energia e troca positiva que acontecia entre todas nos era absurda. Ensaio pós ensaio o projeto foi ganhando uma identidade mais forte e foi se descolando das poses habituais. Entendi que a alma é orgânica e que o que busco é um verso. Que cada modelo tem uma força e que essa força se apresenta numa forma própria e única. Ela surge no meio da imersão do ensaio, ela salta aos meus olhos como num passe de mágica, num clic (duplamente)”, conta ela em seu Instagram. A ideia transbordou e o Poesia com elas chegou para eles, para todos, e em união desses laços nasceu o POESIA COM ELOS. A gente bateu um papo com a Pamela pra conhecer melhor as inspirações por trás dessa força feminina e poética, ó. Como começou sua história com a fotografia? Ser fotógrafa nunca foi um objetivo de vida, um sonho. Tudo aconteceu como a fluidez da água de um rio que corre num sentido único, sem muita escolha ou a possibilidade de voltar atrás. Eu sou extremamente sensível sobre as dores do mundo e aprendi a transformar em arte o tanto que sentia. Comecei ainda adolescente, ao colocar minhas vivências em ilustração e pintura, depois para a escrita. Logo depois, comecei a faculdade de design gráfico e uma inquietação me levou a viajar muito e também a procurar trabalhos sociais. Para registrar essas experiências, cai no mundo da fotografia. E foi através dela que amadureci e me reconheci como um ser possuidor de voz por meio do silêncio ambíguo de uma imagem. É uma história da qual me orgulho muito porque sinto que através das minhas criações fotográficas não só encontrei minha profissão, como nasci como mulher e artista, ao perceber que minha fala e alma tinha um espaço no mundo. Ultimamente a imagem do corpo nu é um tema ainda bastante discutido. Como surgiu seu interesse por fotografar as pessoas nessa situação, ao mesmo tempo, simples e única? Você já reparou que a maioria do material sobre o corpo da mulher é produzido por homens e para homens? Percebia que a maioria do material sobre o corpo da mulher era produzido por homens e para homens, então fiquei motivada a dar para a mulher o protagonismo de sua própria imagem: o corpo da mulher registrado pela lente de uma fotógrafa mulher e tendo como público final principalmente o feminino. Queria atropelar a ideia do nu como algo apenas sensual, sexual e que serve para agradar ao homem. É trabalho plástico sim, mas é ativismo feminista também. Os ensaios são coletivos para derrubar esse tabu do nu como algo envergonhado. É uma libertação, uma possibilidade de se ver despido dos preconceitos e do peso do julgamento constante de ser mulher em uma sociedade tão machista e aprisionadora. Em grupo, existe um desligamento do ego, um rompimento das inseguranças pessoais em troca de pertencer a um processo maior, uma luta coletiva pela essência feminina na qual todas as mulheres estão de corpo e alma desconstruindo-se mutuamente e apoiando-se umas nas outras. No final do processo as mulheres saem da minha sala com o dobro de tamanho, tudo por causa da troca. O coletivo de mulher é amor. Ao fotografar mulheres e seus corpos você empodera cada uma delas, dando força e auto-estima, né? E a sua força femina, de onde vem? Acho que a minha força feminina vem por obrigação. Parece estranho, mas não tem muita saída, ou se luta ou te enterram. Sendo uma artista mulher você passa por muitos silenciamentos, quanto maior a ruptura, maior a censura. Recentemente, abri meu trabalho de nus femininos para ensaios masculinos, para mostrar um olhar mais sensível sobre a dureza do corpo do homem. Assim que publiquei minha primeira foto, fui denunciada e tive meu instagram banido do sistema. Tive que recomeçar e contei com a ajuda de muitos amigos e conhecidos que abraçaram a causa, mas também tive a noção do tamanho da hipocrisia da nossa sociedade, do machismo cotidiano. A nudez feminina foi tão objetificada pelo olhar masculino, que pode ser vista em qualquer lugar, já a masculina é um choque, tem que ser banida. Foi uma censura que revela diversas questões: a visão do que pode ou não ditada pelos preconceitos masculinos, o medo em colocar o homem em um lugar mais poético, exposto, e o ataque pessoal por ser uma fotógrafa mulher que decide virar o jogo de alguma forma, afinal existem diversas galerias de nudez de fotógrafos homens que não são denunciadas. Então minha força feminina vem para derrubar absurdos como esse, mostrar que tenho o que expor e ainda para ajudar mais mulheres a encontrarem sua força e colocarem sua voz no mundo, afinal se enfrento isso sendo uma mulher branca de classe média, como fica o lugar de fala de uma mulher negra e pobre no Brasil? A reflexão é mais do que atual e necessária. E a gente convida você a pensar junto e principalmente, agir junto. Pela nossa liberdade de ser o que somos, ter o corpo que temos e garantir essa liberdade ao outro. Vamos juntas e juntos?
>22.03.18
Qual a sua força feminina? Onde ela está? Essa é a reflexão que a gente puxou essa semana pra fazer a nossa homenagem mais do que ao Dia da Mulher, mas à vida feminina. Afinal todo dia é nosso dia e mais do que nunca, é tempo de pensar, colocar nossa voz pra fora e fazer valer nossas emoções, vontades, incômodos e sonhos. Além de convidar mulheres do nosso escritório pra construir junto essa história contando cada uma um pouquinho sobre sua força feminina – perdeu? Confere aqui -, chamamos todas as mulheres que tão juntinho com a gente no nosso dia a dia do escritório pra um bate-papo cheio de energia boa com a nossa super parceira, a Bebel Clark. A Bebel chega junto em vários momentos pra resgatarmos nossa verdade interior, aflorarmos aquilo de bom que realmente somos. Na última sexta-feira, o convite foi pra todas nós falarmos sobre a nossa força feminina, uma roda de conversa com muito amor, sentimento e empatia. Sabe o que a gente descobriu juntas? Amar é cuidar. O cuidado é fundamental pra conseguirmos viver em harmonia, com felicidade, entendendo nossos limites e respeitando os da outra e do outro. Tem força feminina maior que um cuidado que vem do coração? E a mensagem que a gente levou pra casa e sugere que você aí do outro lado da telinha também faça é: pare, respire e tente ser mais cuidadosa com você mesma, com as suas necessidades e desejos e assim, cuidar de quem tá perto, de quem tá longe. Pra florescer tem que cuidar, então bora junto? Ó, no próximo feriado de páscoa, a Bebel vai realizar a Imersão Essencial para mulheres, num paraíso aqui no Rio: no TerraLuz em Cachoeiras de Macacu. É conexão pura com a sua própria natureza e a natureza do planeta. Faz sua inscrição que a experiência é imperdível!
>12.03.18
Para ler ouvindo 'Força Feminina', a playlist feita pelas mulheres do escritório da FARM. Dia nosso é todo dia. Cá estamos: somos mulheres, plurais, humanas. Corremos com lobos, umas com as outras, sozinhas. Nossa luta é por protagonismo. É por igualidade. É por respeito. É pelo corpo não objetificado. E haja força! Desde o começo do ano passado já se dizia que o 'feminismo' seria a palavra chave (lembra aqui?). Começamos a respeitar o volume da nossa voz e a questionar do cara que senta com as pernas abertas no busão a situações como manter relações sexuais sem vontade. Nunca se falou tanto sobre relacionamento abusivo, por exemplo. O 'El Pais' fechou o ano com uma matéria que questionava a continuidade do feminismo para além de 2017 - e alguém aqui duvida que isso só tá começando? E esse ano, trouxemos pra reflexão a #forçafeminina. Durante a semana, trocamos uma ideia com as meninas do escritório sobre isso e o resultado você vê nos stories do @adorofarm. Foi lindo ouvir o que as mulheres de cada departamento pensam - da criação ao operacional. "Estamos juntas todos os dias, a FARM é uma empresa feminina, feita majoritariamente por mulheres. Hoje, vamos apresentar nos stories um pouquinho sobre onde está a base de cada uma de nós e a ideia é justamente essa: ir de dentro pra fora. Reverenciando a beleza de cada uma, somos fortes nas singularidades!", conta Fernanda Moreira, que é redatora e cuida do endomarketing da FARM. Todas as fotos e vídeos foram feitas pelos ambientes do escritório com o super olhar da Elisa Mendes, nossa parceira de imagem, e a gente agradece muito a todas as meninas que participaram e toparam a brincadeira: cada departamento escolheu 1 mulher para representar a #forçafeminina e essas da foto são algumas das escolhidas! A Pri Ferreira, vendedora do Rio Design Leblon, curtiu chegar junto: "foi muito satisfatório ter participado dessa ação. Por mais que tenha sido um story de poucos segundos, foi gratificante ter representado um pouquinho de cada uma de nós, o mundo tem medo de mulheres extraordinárias. Somos muito capazes", conta. Pra fechar o dia com chave de ouro, vai rolar um bate-papo com a Bebel Clark, nossa parceira, à noite. E tem mais presente: - Nossas meninas se uniram e criaram uma playlist especialzona para a Rádio FARM - só com mulheres, claro. As escolhas pessoais permearam a tag e, se você não clicou no começo do post, ainda dá tempo hehe clica aqui que tá lindimais! - No ano passado, a gente fez os lambes de presente também no 'dia da mulher' e deu tão certo (muita gente pede até hoje, sabia?) que repetimos a receita com uma mensagem novinha em folha. A imagem é a que está em destaque na bola do post e você pode baixar as versões no fundo rosa (clica aqui) ou p&b (clica aqui)! E a sua força, onde está?
>08.03.18
A gente tá super feliz de compartilhar com todo mundo uma novidade que é puro empoderamento feminino: a estampa “encantos”, inspirada na verdade e simplicidade da capa do álbum “ÍNDIA” da icônica Gal Costa. Ela acaba de chegar à coleção de inverno 18, O Coração é o Norte, como uma homenagem a essa imagem poderosíssima. E claro, a gente tá só orgulho e amor! O álbum é de 1973 e foi imediatamente censurado por mostrar demais a brasilidade da cantora: um close nela de tanga vermelha, vestindo colares de contas e tirando sua saia. O que pra alguns é “sensualidade exagerada”, pra gente e pra muitos é simplesmente o que a imagem mostra, uma mulher tirando uma saia que teve o direito de ser divulgada apenas em 2015. A tardia liberação da foto mostra o quanto ainda precisamos caminhar juntas em direção a liberdade de ser quem somos: mulheres. Pra FARM poder criar uma estampa com a capa censurada é um grande gesto que vai além da homenagem, é reconhecimento do momento necessário que vivemos de afirmarmos o nosso poder feminino em qualquer lugar: em casa, no trabalho, na cidade, no mundo! Ah, a gente presenteou a Gal com uma das peças da estampa e foi lindo ver que ela amou. Já garantiu a sua? Vem pro site e espalha por aí essa novidade :)
>27.02.18
A Mariazinha é a primeira cacique mulher do Brasil. A geração dela traz o pioneirismo do feminino na nação yawanawa e abre passagem para a revolução do gênero nas sete aldeias do Rio Gregório, município de Tarauacá, primeira terra indígena demarcada do Acre. Nossa ida pra lá, no ano passado, fez com que nos tornássemos próximas – admiradoras incansáveis desse povo - e criássemos uma parceria que ganhou forma em Rauti. No início dessa semana, nos encontramos no Rio de Janeiro, e não demorou muito para eu perceber que a tradição e o desejo do legado era o que ia costurando essa conversa que durou uma tarde inteira, mas poderia ter durado mais. Aqui, recortes desse momento incansável. Da mãe, que também era costureira, a Mariazinha herdou o gosto pela indumentária. Embora o pai, vindo de uma família de lideranças indígenas e progenitor de 17 filhos – sendo 14 mulheres – também fosse cacique, a cacicagem não é hereditária, por isso, quando se tornou a primeira cacique mulher do país, quando tinha apenas 25 anos, isso representou um marco de empoderamento feminino para o seu povo: “Não tinha mulheres em liderança. Só homens. Só os homens tomavam o uni (ayahuasca), por exemplo. Isso dividiu um povo inteiro. E agora, temos a primeira mulher a entrar na faculdade, a primeira mulher a tomar o uni, a primeira mulher a fazer a dieta forte e a se tornar pajé”, conta. Para ela, Shaneihu, (Deus), nos deu florestas potentes que abrigam absolutamente tudo o que precisamos para existir com plenitude – da vida à morte dos ciclos. E tudo o que encontramos durante o caminho é providencialmente divino: “Acreditamos que tudo o que vem pra nós vem com a força do Shaneihu. Vem com a sabedoria dele, com a proteção dele, com o cuidado dele e vem com a direção dele. Se algo der errado, sabemos que não foi permitido por ele. As nossas histórias, o nosso curar, o nosso conhecer está no divino. Como aprendemos a fazer cada cocar? Pela sabedoria do divino. Não aprendemos em nenhuma escola. Veio do coração. Do meu pai. Do pai do meu pai. Quando levamos nossos desenhos pra vocês, levamos a força e a sabedoria desse conhecimento. Não é um artista plástico. É a força daquela dieta de um ano sem tomar água, doce, carne, sexo!”. Ao falar do sagrado, Mariazinha emenda uma fala na língua nativa, e rapidamente corrige a conversa, traduzindo-a para o português; impossível não imaginar a força da tradição e da ancestralidade ocupando tacitamente nosso espaço. A dieta, na ocasião, é o caminho xamânico da purificação, uma iniciação espiritual extremamente rigorosa que até dez anos atrás só havia sido realizada por pouquíssimos homens. Consiste em ficar um ano dentro da floresta, sem contato com familiares, e com hábitos e alimentação restritos – sem água, sem doce, sem carne, sem relação sexual. Rucharlo, uma das irmãs mais novas da Mariazinha ousou romper status quo quando realizou a dieta forte e se tornou a primeira pajé mulher yawanawa; foi aí, nesse período, que ela teve a visão de seus já consagrados desenhos. Parte deles dará vida a peças da próxima edição da parceira, que serão lançadas no verão 18. Estar frente a frente com a Mariazinha e não pensar nessa força de mulher com sabedoria ancestral é praticamente impossível. Ela é a responsável por inaugurar uma nova forma de se relacionar entre seu próprio povo, que elucida o feminino para além do simbólico dentro de uma sociedade patriarcal. A Kenewma, sua filha única, hoje com 29 anos e a mais jovem mulher a ter completado a iniciação, também estava presente na conversa e disse que foi depois da liderança da mãe que tantas outras mulheres se sentiram capazes de deslocar as hierarquias. Descobri que é comum que as mulheres yawanawa tenham muitos filhos e a nossa cacique, mãe de uma, transbordou o instituto maternal “que ficou carente ” com a idealização de um projeto dos sonhos: a escola tradicional Yawanawa. A chegada do nawa (homem branco) é recente. Esse contato, que não tem 200 anos trouxe também os missionários, os seringueiros... e o aniquilamento de parte da tradição indígena, como a língua. A espiritualidade é a responsável por segurar a ponte entre esses dois universos, por resgatar e manter a essência e a cultura nativa, e é a responsável por despertar níveis de entendimento até então ocultos: “Não irei a lugar nenhum desse mundo enquanto jovens da aldeia não estiverem aprendendo a falar nossa língua nativa. Tive a visão da minha missão durante a dieta. Foi aí que surgiu a ideia da escola tradicional, que meu pai já sonhava. Juntei 16 crianças de 7 a 13 anos, numa casinha pequena, durante um mês, e só falávamos a língua tradicional. Eles têm que aprender como o passarinho canta, o que ele quer dizer... A Aldeia precisa de cuidado e isso precisa começar pelas crianças. Foi quase um internato indígena”, contou rindo. A verdade é que todo mundo se sente um pouco criança do lado dela. Aprendendo mundos e com vontade de colo. Ao ouvi-la falar, minha curiosidade inicial pela grandeza do sagrado foi abrindo espaço para um desejo genuíno de só vê-la, ainda que em silêncio, meditando entre uma resposta ou outra; o que, aliás, não acontece muito: Mariazinha é ponta de lança - dentro de uma calma aparente, ela pesca histórias pontuais e usa no momento certo. Nessas horas, tudo acontece. Uma dessas manifestações foi quando ela se lembrava da forte relação afetiva que tinha com o pai, falecido no ano passado, e uma folhinha seca lhe caiu sobre as mãos. A folha, vinda de uma das árvores que nos fazia sombra, rodopiou sobre a cabeça dela até alcança-la – como se forças da natureza ganhassem a legitimidade divina para se encontrarem de repente. Acariciando a folhinha nas mãos, ela me olhou e rimos em silêncio. Entendi mais de Deus ali. "A vida da população indígena não está por igualdade. O índio tem que lutar. Gosto que as pessoas que ajudam o índio lembrem-se da data de hoje porque, na verdade, para na nós, dia do índio é quando a gente consegue alcançar o nosso objetivo. É o dia de todas as populações indígenas. Não é fácil hoje lembrar o dia do índio. Na aldeia, a gente faz uma grande cerimônia pedindo a força do nosso poder espiritual, do poder espiritual dos que já se foram. A luta do yawanawa continua. A gente nunca perde, desde quando sentimos que temos direito à igualdade. Quando estou envelhecendo, mas tenho minha filha que dá continuidade, e ela já tem o filho dela... Isso é a luta!" Mariazinha, assim como ela mesma descreve o amor, “é uma vida acontecendo dentro de nós mesmas”. Só agradeci.
>19.04.18
Quando a natureza e a sensibilidade humana se encontram muitas coisas boas acontecem e uma delas é a história da Kiri Miyazaki e o índigo japonês através do tingimento natural. Sabe aquela sensação gostosa de expressar sua autenticidade em algo? A Kiri encontrou nessa plantinha especial uma possibilidade de trazer pro mundo mais arte, resgate afetivo e cor. Um processo todo lindo que ela mostra pelo aqui no instagram e que já já vai virar documentário! Ainda criança, ela teve suas primeiras experiências com o tingimento testando e brincando com as cores em roupas da família. O tempo passou e Kiri começou a cursar moda na Belas Artes, em Sampa, e lá participou da aula de superfície têxtil com a professora japonesa Mitiki Kodaira onde descobriu a sua paixão pelas mil e uma possibilidades do tingimento natural. “Aprendi o processo do tingimento e detalhes da técnica como o que fazer para a cor não sair e como as cores se comportam em diferentes tipos de fibras”, explica Kiri. A partir de então, ela começou a pesquisar mais e mais sobre o tingimento natural. Fez então, algumas das oficinas de tingimento natural da Flávia Aranha, estilista da marca homônima que tem um trabalho lindão com o desenvolvimento sustentável através da moda. E foi na oficina de tingimento com índigo que teve o seu primeiro contato com essa parte da natureza que viria a se tornar uma parte dela própria. E aí, a magia aconteceu. Estudando o índigo, Kiri descobriu que tinha uma conexão entre as suas histórias. Descobriu uma fazenda na região de Tokushima, no Japão, que plantava e fazia todo o processo de tingimento com o extrato da planta. O Japão já era um velho conhecido pra ela que era nissei – filha de pai japonês. Aos 17 anos, foi com sua família morar nas terras japonesas, no ano em que deveria entrar na faculdade aqui no Brasil, o que causou na época uma certa tristeza, pois queria estudar mas acabou passando longos 3 anos trabalhando em uma fábrica de eletrônicos. Mas, como a vida sempre nos dá a oportunidade de revisitar sentimentos e transformá-los, mesmo cheia dúvidas, Kiri mergulhou na ideia de voltar ao país e ter uma nova experiência. “Voltei de lá mais do que com um projeto. Voltei com um projeto de vida e muito feliz de ter feito as pazes com o Japão”, relembra ela. Após o curso de 30 dias na fazenda japonesa, Kiri aprendeu todo o processo do uso do extrato do índigo – desde a germinação da semente até a extração das folhas, e voltou ao Brasil acompanhada pelas sementes pra dar o start no projeto: depois de seis meses e muitos e muitos experimentos, conseguiu finalmente germinar. “Tudo influencia na plantação do índigo. Clima e solo principalmente, por isso tive muita ajuda de pessoas da agronomia, já que eu não dominava esses detalhes. Hoje faço todo o processo em casa e estou a procura de um espaço maior.” diz ela. Agora, a estudante lança um curta documentário “Tingimento Natural com Índigo: da germinação à extração do pigmento azul” que tem direção executiva da Amanda Cuesta e direção de fotografia da Clara Zamith, que também assina as fotos que ilustram nossa matéria junto com as da Karol Miyazaki, irmã de Kiri. Já o financiamento do doc, é feito pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo - PROAC. “Vou disponibilizar o documentário como livre informação pra todo mundo e fazer uma exposição com algumas das peças tingidas”, conta Kiri. As peças tingidas são parte de um trabalho de contemplação e relação afetiva que despertam memórias e sensações. Cada peça é para ela uma obra de arte e por isso não serão destinadas a venda. Mas ó, a boa notícia é que Kiri pretende comercializar o pigmento para artesãos, estilistas, artistas que tenham interesse. A gente por aqui tá só amor pela arte da Kiri e toda essa história linda de resgate dos processos artesanais com muito amor a natureza e ao mundo que vivemos e somos. Agora é só acompanhar ela pelas redes pra ficar de olho no lançamento do doc e do que mais incrível vier por aí! Vem assistir ao teaser aqui.
>16.04.18
A gente sabe que ter um filho muda completamente a nossa vida, o nosso tempo e o nosso espaço. A Cajucasa nasceu do encontro de Paula Djajah (designer e fotógrafa) e Beatriz Mesquita (publicitária), duas mulheres recém-mães que ao perceberem a transformação de suas próprias casas com a chegada dos filhos, resolveram dar um basta nesse lance de investir em móveis que não servem mais quando os pequenos crescem. Pra elas, essa coisa de “para criança” e “para adulto” não existe por aqui. Com o propósito de integrar o universo infantil e adulto, os móveis da Caju - além de serem lindos! - criam momentos de convívio para a família toda, aumentando ainda mais o vínculo e o prazer de estar juntos! Tudo o que você encontra por lá vai servir tanto para as crias, como também para a sua casa. Todos os móveis produzidos podem ser utilizados de mais de uma forma, juntando sustentabilidade, funcionalidade e praticidade. As criadoras da Caju reforçam o quanto que a nossa casa também podem ajudar no desenvolvimento das crianças, e como isso têm um poder transformador na nossa rotina, tornando-a mais fluida, bonita e descomplicada. Por isso tiram sonhos do papel, transformando móveis para que elas conquistem autonomia com liberdade e segurança. Sim, as crianças ficam! Em todo e qualquer espaço que seja apropriado para elas. Na nossa casa, que agora é também a casa delas, não pode ser diferente, não é mesmo?
>03.04.18
Um tributo à natureza delicada do que há dentro de nós. A série "Eye Heart Spleen" é obra da artista Camila Carlow que esculpe órgãos humanos a partir de variedades vibrantes de plantas selvagens, flora, videiras e bagas da cidade de Bristol na Inglaterra. É um projeto que contempla a natureza que vive dentro de nós, seres humanos, fazendo uma analogia à fragilidade e importância das plantas. A coleção é um convite a olharmos nosso corpo com mais sensibilidade, cuidado e atenção e ter o mesmo olhar para a natureza, o ambiente que nos cerca, nos envolve e também nos mantém vivos. A-ma-mos!
>28.03.18
O corpo é uma extensão de nós mesmos e através dele sentimos, falamos, dançamos, agimos e somos. É essencial nunca esquecer que o nosso corpo é nosso. Vai além do sensual, sexual, além do que o outro vê. Através do corpo colocamos pra fora o que vem de dentro, o que a alma pede e precisa. Nos relacionamos com outros corpos, com o ambiente, com a vida e com o tempo. A partir dessa reflexão sobre a imagem do corpo nu e só, principalmente o feminino, tão objetificado, a fotógrafa Pamela Facco criou a série de fotografias “Poesia com Elos” que pra ela é “O corpo como verso em um diálogo orgânico com a alma”. O projeto começou como Poesia com Elas, uma forma de artística de explor a nudez feminina como uma ferramenta de autoconhecimento, empoderamento da mulher e quebra do círculo vicioso no qual o corpo feminino sempre acaba como uma mercadoria sexual para o universo masculino. “Os ensaios aconteciam em grupo e a energia e troca positiva que acontecia entre todas nos era absurda. Ensaio pós ensaio o projeto foi ganhando uma identidade mais forte e foi se descolando das poses habituais. Entendi que a alma é orgânica e que o que busco é um verso. Que cada modelo tem uma força e que essa força se apresenta numa forma própria e única. Ela surge no meio da imersão do ensaio, ela salta aos meus olhos como num passe de mágica, num clic (duplamente)”, conta ela em seu Instagram. A ideia transbordou e o Poesia com elas chegou para eles, para todos, e em união desses laços nasceu o POESIA COM ELOS. A gente bateu um papo com a Pamela pra conhecer melhor as inspirações por trás dessa força feminina e poética, ó. Como começou sua história com a fotografia? Ser fotógrafa nunca foi um objetivo de vida, um sonho. Tudo aconteceu como a fluidez da água de um rio que corre num sentido único, sem muita escolha ou a possibilidade de voltar atrás. Eu sou extremamente sensível sobre as dores do mundo e aprendi a transformar em arte o tanto que sentia. Comecei ainda adolescente, ao colocar minhas vivências em ilustração e pintura, depois para a escrita. Logo depois, comecei a faculdade de design gráfico e uma inquietação me levou a viajar muito e também a procurar trabalhos sociais. Para registrar essas experiências, cai no mundo da fotografia. E foi através dela que amadureci e me reconheci como um ser possuidor de voz por meio do silêncio ambíguo de uma imagem. É uma história da qual me orgulho muito porque sinto que através das minhas criações fotográficas não só encontrei minha profissão, como nasci como mulher e artista, ao perceber que minha fala e alma tinha um espaço no mundo. Ultimamente a imagem do corpo nu é um tema ainda bastante discutido. Como surgiu seu interesse por fotografar as pessoas nessa situação, ao mesmo tempo, simples e única? Você já reparou que a maioria do material sobre o corpo da mulher é produzido por homens e para homens? Percebia que a maioria do material sobre o corpo da mulher era produzido por homens e para homens, então fiquei motivada a dar para a mulher o protagonismo de sua própria imagem: o corpo da mulher registrado pela lente de uma fotógrafa mulher e tendo como público final principalmente o feminino. Queria atropelar a ideia do nu como algo apenas sensual, sexual e que serve para agradar ao homem. É trabalho plástico sim, mas é ativismo feminista também. Os ensaios são coletivos para derrubar esse tabu do nu como algo envergonhado. É uma libertação, uma possibilidade de se ver despido dos preconceitos e do peso do julgamento constante de ser mulher em uma sociedade tão machista e aprisionadora. Em grupo, existe um desligamento do ego, um rompimento das inseguranças pessoais em troca de pertencer a um processo maior, uma luta coletiva pela essência feminina na qual todas as mulheres estão de corpo e alma desconstruindo-se mutuamente e apoiando-se umas nas outras. No final do processo as mulheres saem da minha sala com o dobro de tamanho, tudo por causa da troca. O coletivo de mulher é amor. Ao fotografar mulheres e seus corpos você empodera cada uma delas, dando força e auto-estima, né? E a sua força femina, de onde vem? Acho que a minha força feminina vem por obrigação. Parece estranho, mas não tem muita saída, ou se luta ou te enterram. Sendo uma artista mulher você passa por muitos silenciamentos, quanto maior a ruptura, maior a censura. Recentemente, abri meu trabalho de nus femininos para ensaios masculinos, para mostrar um olhar mais sensível sobre a dureza do corpo do homem. Assim que publiquei minha primeira foto, fui denunciada e tive meu instagram banido do sistema. Tive que recomeçar e contei com a ajuda de muitos amigos e conhecidos que abraçaram a causa, mas também tive a noção do tamanho da hipocrisia da nossa sociedade, do machismo cotidiano. A nudez feminina foi tão objetificada pelo olhar masculino, que pode ser vista em qualquer lugar, já a masculina é um choque, tem que ser banida. Foi uma censura que revela diversas questões: a visão do que pode ou não ditada pelos preconceitos masculinos, o medo em colocar o homem em um lugar mais poético, exposto, e o ataque pessoal por ser uma fotógrafa mulher que decide virar o jogo de alguma forma, afinal existem diversas galerias de nudez de fotógrafos homens que não são denunciadas. Então minha força feminina vem para derrubar absurdos como esse, mostrar que tenho o que expor e ainda para ajudar mais mulheres a encontrarem sua força e colocarem sua voz no mundo, afinal se enfrento isso sendo uma mulher branca de classe média, como fica o lugar de fala de uma mulher negra e pobre no Brasil? A reflexão é mais do que atual e necessária. E a gente convida você a pensar junto e principalmente, agir junto. Pela nossa liberdade de ser o que somos, ter o corpo que temos e garantir essa liberdade ao outro. Vamos juntas e juntos?
>22.03.18
Qual a sua força feminina? Onde ela está? Essa é a reflexão que a gente puxou essa semana pra fazer a nossa homenagem mais do que ao Dia da Mulher, mas à vida feminina. Afinal todo dia é nosso dia e mais do que nunca, é tempo de pensar, colocar nossa voz pra fora e fazer valer nossas emoções, vontades, incômodos e sonhos. Além de convidar mulheres do nosso escritório pra construir junto essa história contando cada uma um pouquinho sobre sua força feminina – perdeu? Confere aqui -, chamamos todas as mulheres que tão juntinho com a gente no nosso dia a dia do escritório pra um bate-papo cheio de energia boa com a nossa super parceira, a Bebel Clark. A Bebel chega junto em vários momentos pra resgatarmos nossa verdade interior, aflorarmos aquilo de bom que realmente somos. Na última sexta-feira, o convite foi pra todas nós falarmos sobre a nossa força feminina, uma roda de conversa com muito amor, sentimento e empatia. Sabe o que a gente descobriu juntas? Amar é cuidar. O cuidado é fundamental pra conseguirmos viver em harmonia, com felicidade, entendendo nossos limites e respeitando os da outra e do outro. Tem força feminina maior que um cuidado que vem do coração? E a mensagem que a gente levou pra casa e sugere que você aí do outro lado da telinha também faça é: pare, respire e tente ser mais cuidadosa com você mesma, com as suas necessidades e desejos e assim, cuidar de quem tá perto, de quem tá longe. Pra florescer tem que cuidar, então bora junto? Ó, no próximo feriado de páscoa, a Bebel vai realizar a Imersão Essencial para mulheres, num paraíso aqui no Rio: no TerraLuz em Cachoeiras de Macacu. É conexão pura com a sua própria natureza e a natureza do planeta. Faz sua inscrição que a experiência é imperdível!
>12.03.18
Para ler ouvindo 'Força Feminina', a playlist feita pelas mulheres do escritório da FARM. Dia nosso é todo dia. Cá estamos: somos mulheres, plurais, humanas. Corremos com lobos, umas com as outras, sozinhas. Nossa luta é por protagonismo. É por igualidade. É por respeito. É pelo corpo não objetificado. E haja força! Desde o começo do ano passado já se dizia que o 'feminismo' seria a palavra chave (lembra aqui?). Começamos a respeitar o volume da nossa voz e a questionar do cara que senta com as pernas abertas no busão a situações como manter relações sexuais sem vontade. Nunca se falou tanto sobre relacionamento abusivo, por exemplo. O 'El Pais' fechou o ano com uma matéria que questionava a continuidade do feminismo para além de 2017 - e alguém aqui duvida que isso só tá começando? E esse ano, trouxemos pra reflexão a #forçafeminina. Durante a semana, trocamos uma ideia com as meninas do escritório sobre isso e o resultado você vê nos stories do @adorofarm. Foi lindo ouvir o que as mulheres de cada departamento pensam - da criação ao operacional. "Estamos juntas todos os dias, a FARM é uma empresa feminina, feita majoritariamente por mulheres. Hoje, vamos apresentar nos stories um pouquinho sobre onde está a base de cada uma de nós e a ideia é justamente essa: ir de dentro pra fora. Reverenciando a beleza de cada uma, somos fortes nas singularidades!", conta Fernanda Moreira, que é redatora e cuida do endomarketing da FARM. Todas as fotos e vídeos foram feitas pelos ambientes do escritório com o super olhar da Elisa Mendes, nossa parceira de imagem, e a gente agradece muito a todas as meninas que participaram e toparam a brincadeira: cada departamento escolheu 1 mulher para representar a #forçafeminina e essas da foto são algumas das escolhidas! A Pri Ferreira, vendedora do Rio Design Leblon, curtiu chegar junto: "foi muito satisfatório ter participado dessa ação. Por mais que tenha sido um story de poucos segundos, foi gratificante ter representado um pouquinho de cada uma de nós, o mundo tem medo de mulheres extraordinárias. Somos muito capazes", conta. Pra fechar o dia com chave de ouro, vai rolar um bate-papo com a Bebel Clark, nossa parceira, à noite. E tem mais presente: - Nossas meninas se uniram e criaram uma playlist especialzona para a Rádio FARM - só com mulheres, claro. As escolhas pessoais permearam a tag e, se você não clicou no começo do post, ainda dá tempo hehe clica aqui que tá lindimais! - No ano passado, a gente fez os lambes de presente também no 'dia da mulher' e deu tão certo (muita gente pede até hoje, sabia?) que repetimos a receita com uma mensagem novinha em folha. A imagem é a que está em destaque na bola do post e você pode baixar as versões no fundo rosa (clica aqui) ou p&b (clica aqui)! E a sua força, onde está?
>08.03.18
A gente tá super feliz de compartilhar com todo mundo uma novidade que é puro empoderamento feminino: a estampa “encantos”, inspirada na verdade e simplicidade da capa do álbum “ÍNDIA” da icônica Gal Costa. Ela acaba de chegar à coleção de inverno 18, O Coração é o Norte, como uma homenagem a essa imagem poderosíssima. E claro, a gente tá só orgulho e amor! O álbum é de 1973 e foi imediatamente censurado por mostrar demais a brasilidade da cantora: um close nela de tanga vermelha, vestindo colares de contas e tirando sua saia. O que pra alguns é “sensualidade exagerada”, pra gente e pra muitos é simplesmente o que a imagem mostra, uma mulher tirando uma saia que teve o direito de ser divulgada apenas em 2015. A tardia liberação da foto mostra o quanto ainda precisamos caminhar juntas em direção a liberdade de ser quem somos: mulheres. Pra FARM poder criar uma estampa com a capa censurada é um grande gesto que vai além da homenagem, é reconhecimento do momento necessário que vivemos de afirmarmos o nosso poder feminino em qualquer lugar: em casa, no trabalho, na cidade, no mundo! Ah, a gente presenteou a Gal com uma das peças da estampa e foi lindo ver que ela amou. Já garantiu a sua? Vem pro site e espalha por aí essa novidade :)
>27.02.18
fique por dentro do que rola aqui e ganhe 20% de desconto na primeira compra ;)